Grupos de Trabalho

GT 1 – Antropologia e memória

Coordenadores: Paula Araújo; Renan Pereira; Gabriela Mercurio.

Resumo: O conceito de memória envolve historicamente um debate interdisciplinar, associando-se, portanto, a diversos outros conceitos, termos, contextos e temáticas. Nesse sentido, propomos para este GT debater pesquisas em antropologia que, por meio do método do trabalho de campo, voltam-se ao tratamento analítico da memória em contextos etnográficos os mais distintos como, por exemplo, processos sociais e culturais de construção da memória coletiva e do tempo histórico; relações entre memória, Estado-nação e política; contrastes e embates entre memórias oficiais e memórias subalternas; entre outros. O objetivo deste GT é analisar o conceito antropológico de memória (e conceitos e temáticas que o subjazem ou se justapõem a ele), sobretudo os seus limites para a etnografia e os desafios que se erguem nesse campo para os modos de se fazer antropologia nos tempos que vigoram.

GT 2 – Resistência e Ressignificação do conservadorismo no Brasil

Coordenadores: Maria do Socorro Braga; Gabriel Ávila Casalecchi.

O conservadorismo se desenvolve no contexto da moderna sociedade de classes, marcado pelo seu dinamismo, por suas múltiplas e sucessivas transições. Trata-se, portanto, de uma ideologia com um modo de pensar em contínuo processo de desenvolvimento. Apesar das influências do cenário internacional o caso brasileiro possui peculiaridades. Por outro lado, como na França, dois temas de agitação sociocultural do conservadorismo se destacam: a ideologia repressiva e a intolerância com as minorias sexuais. O objetivo deste Grupo de Trabalho é discutir as diversas maneiras políticas e sociais de organização do conservadorismo no Brasil. Empiricamente, este GT terá como foco de análise as eleições de 2018, circunstância em que este segmento ideológico aumentou significativamente a representação nos Legislativos e Executivos nacional e estaduais. Quais são os traços teórico-metodológicos estruturantes desse conservadorismo? Quais setores sociais lhe dão apoio eleitoral e financeiro? Quais as diferenças e similaridades de propostas políticas e de comportamento político?

GT 3 – Teoria Social, Cultura e Natureza

Coordenadores: Samira Feldman Marzochi; Felipe Vander Velden.

São muitos os autores na teoria social – sociologia, antropologia, filosofia, linguística, psicanálise, direito, estudos literários – que se debruçam sobre os conceitos de cultura, natureza, e suas relações. Em linhas gerais, o pensamento moderno tende a separar de maneira essencialista os dois termos como radicalmente antagônicos, opondo o domínio do humano (cultura) ao domínio do não humano (natural), ora encontrando na cultura os entraves à liberdade humana, ora atribuindo à natureza os limites da emancipação. Os desdobramentos contemporâneos do pós-estruturalismo, no entanto, abrem-se a novas possibilidades interpretativas dos conceitos de cultura e natureza em que as noções de cultura, sociedade ou socialidade expandem-se para além da espécie humana e a ideia de natureza deixa de ser compreendida como substância comum a todos os seres. E isto não se faz sem a incorporação, ao pensamento acadêmico, de filosofias produzidas à margem das sociedades ocidentais e fora dos centros de produção científica. É assim que este grupo de trabalho se propõe a reunir pesquisas teóricas ou empíricas inclinadas a identificar e discutir as implicações destas revoluções conceituais, tanto sobre a produção teórica dos vários campos do conhecimento, quanto sobre a cultura, a política, a ética e o direito.

GT 4 – Corpo, Raça, Gênero, Sexualidade e Tecnologias

Coordenadores: Cristiane Vilma de Melo; Dionys Melo dos Santos; Rangel F. F. Nascimento; Nayhara A. de Souza.

A proposta deste Grupo de Trabalho é debater pesquisas concluídas ou em andamento, ensaios, relatos de campo e outros registros que envolvam as diferentes percepções teóricas sobre gênero, raça, violência, corpos, sexualidades e tecnologias. As questões que envolvem corpo, gênero e a sexualidade têm atuado como linguagem capaz de articular regimes morais, políticos e formas de regulação da vida, trazendo em cena os processos de produção e espetacularização de questões relativas a esses tópicos. Neste sentido, buscamos acolher trabalhos que tratam também das diversas expressões que envolvem raça e/ou relações étnico-raciais, interseccionalidades, sexualidades articuladas (ou não) às políticas das masculinidades, dos feminismos, do feminismo negro e da descolonização do conhecimento para pensar as diferenças.

*NOTA: Devido ao fato de alguns dos participantes terem optado por apresentar suas pesquisas e não publicá-las nos anais da XVI Semana das Ciências Sociais da UFSCar, não houve submissão de trabalhos pelos Grupos de Trabalho (GTs) 2 e 3. Desse modo, constam nos anais desta edição apenas os artigos dos membros dos GTs 1 e 4 que submeteram seus trabalhos. Por este motivo, os GTs foram renumerados para fins de publicação nos anais como: GT 1 – Antropologia e memória; GT 2 – Corpo, Raça, Gênero, Sexualidade e Tecnologias.