MiniCursos

Tráfico internacional de pessoas, trabalho sexual e sexualidade

Ministrante: Profª Drª Adriana Piscitelli (PPGAS-UNICAMP)

A proposta do mini-curso é oferecer elementos para compreender o debate e as ações voltadas para o enfrentamento ao tráfico internacional de pessoas e o lugar concedido ao trabalho sexual no cenário atual. Será analisada a situação específica do Brasil no que se refere a essas problemáticas, colocando em diálogo as discussões e as ações internacionais, marcadas pela preocupação em torno da migração irregular e da prostituição e as discussões e políticas brasileiras. A ideia é considerar como as articulações supranacionais, internacionais e nacionais em torno desses temas afetam a posição das trabalhadoras sexuais, fragilizada num momento no qual cresce a inquietação pelo tráfico internacional de pessoas, que é intensificada pela realização da próxima Copa do Mundo. Com esse objetivo serão considerados os principais pressupostos sobre gênero, raça, nacionalidade e sexualidade que embasam o debate e a formulação de políticas voltadas para essas problemáticas, incluindo a produção de dispositivos legais nacionais e supranacionais e de políticas de enfrentamento ao tráfico de pessoas, levando em conta como esses pressupostos se relacionam com a posição das trabalhadoras sexuais, no Brasil e migrantes no exterior, no momento atual.

Bibliografia:

Beijo da rua, abril de 2012: Copa do Mundo, tráfico de mulheres e prostituição, in: http://www.beijodarua.com.br/abril2012.pdf

BLANCHETTE, Thaddeus Gregory e SILVA, Ana Paula da: O MITO DE MARIA, UMA TRAFICADA EXEMPLAR: confrontando leituras mitológicas do tráfico com as experiências de migrantes brasileiros, trabalhadores do sexo, Rev. Inter. Mob. Hum., Brasília, Ano XIX, Nº 37, p. 79-105, jul./dez. 2011, in:http://www.csem.org.br/remhu/index.php/remhu/article/viewFile/278/253

GAATW: WHAT’S THE COST OF A RUMOUR? A guide to sorting out the myths and the facts about sporting events and trafficking, in:http://www.gaatw.org/publications/WhatstheCostofaRumour.11.15.2011.pdf

OLIVAR, José Miguel: Devir Puta, EDUERJ/CLAM, Rio de Janeiro, 2013, capítulos a ser indicados.

PISCITELLI, Adriana: EXPLORAÇÃO SEXUAL, TRABALHO SEXUAL: NOÇÕES E LIMITES, Paper apresentado no seminário: Corpos, sexualidades e feminilidades UERJ, setembro de 2012, inhttps://www.academia.edu/2390837/

EXPLORACAO_SEXUAL_TRABALHO_SEXUAL_NOCOES_E_LIMITES_paper_apresentado_no_seminario_Corpos_sexualidades_e_feminilidades_UERJ_setembro_de_2012

PISCITELLI, Adriana: Trânsitos, brasileiras nos mercados transnacionais do sexo, EDUERJ/CLAM, Rio de Janeiro, 2013, capítulos a ser indicados.

SPRANDEL, Marcia Anita e DIAS MANSUR, Guilherme: A TEMÁTICA DO TRÁFICO DE PESSOAS NO CONTEXTO BRASILEIRO, Rev. Inter. Mob. Hum., Brasília, Ano XVIII, Nº 35, p. 155-170, jul./dez. 2010 in:http://www.csem.org.br/remhu/index.php/remhu/article/viewFile/233/216

Introdução às Relações Internacionais: teorias e abordagens

Ministrante: Flávio Contrera (Doutorando PPGPol-UFSCar)

Este curso tem por objetivo apresentar as teorias e abordagens analíticas, bem como os principais temas e atores que compõem o campo de estudo das Relações Internacionais. Desse modo, exploraremos as discussões que permeiam as correntes clássicas (realismo, liberalismo, marxismo) e pós-positivistas (teoria crítica, construtivismo, pós-modernismo), individualmente e comparativamente. Ademais, discutiremos as diferenças de abordagens científicas entre positivas e pós-positivistas. Temas de estudo contemporâneos tais como identidade, cultura e globalização também serão objeto de discussão.

Leituras recomendadas:

Jackson, Robert; Sorensen, Georg. Introdução às relações internacionais: teorias e abordagens. [Introduction to international relations: theories and approaches]. Bárbara Duarte (Trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007. 445 p.

NOGUEIRA, J. P.; MESSARI, N. Teoria das Relações Internacionais: correntes e debates. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

Pecequilo, Cristina Soreanu, 1970-. Introdução às relações internacionais: temas, atores e visões. 8 ed. Petrópolis: Vozes, 2010. 246 p. — (Relações Internacionais)

Introdução à Sociologia do Conhecimento

Ministrantes: Felipe Fontana (Doutorando PPGPol-UFSCar) e Thiago Mazucato (Mestrando PPGPol-UFSCar)

O curso tem como objetivo apresentar a trajetória de formação e os principais temas e pensadores da Sociologia do Conhecimento. Dividimos basicamente em três blocos: o primeiro apresentará os conceitos de Marx, Durkheim e Weber que constituem as bases teóricas de uma ciência social do conhecimento; o segundo tratará do momento de transição (Rickert, Dilthey e Scheler) e, por fim, o terceiro apresentará a sociologia do conhecimento elaborada por Karl Mannheim na segunda metade dos anos 1920. Por fim apresentaremos uma discussão sobre a sociologia do conhecimento enquanto disciplina e enquanto método.

BIBLIOGRAFIA

BERGER, Peter & LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade – tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2012.

CEPÊDA, Vera Alves. A Sociologia do Conhecimento em Karl Mannheim In: HAYASHI, Maria C.; RIGOLIN, Camila; KERBAUY, Maria Teresa (orgs.). Sociologia da Ciência: primeiras aproximações. Campinas: Átomo-Alínea, 2012.

CUVILLIER, Armand. Sociologia da Cultura. São Paulo: Edusp, 1975.

MACHADO NETO, A. L. Formação e Temática da Sociologia do Conhecimento. São Paulo: Edusp, 1979.

MANNHEIM, Karl. Ideologia e Utopia. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

RODRIGUES, Léo Peixoto. Introdução à Sociologia do Conhecimento, da Ciência e do Conhecimento Científico. Passo Fundo: Editora da UPF, 2005.

Lições em antropologia econômica: o Programa de Aceleração do Crescimento e a abordagem etnográfica

Ministrante: Catarina Morawska Vianna (PPGAS/UFSCar)

A antropologia econômica vem ganhando cada vez mais espaço na teoria antropológica com a intensificação da produção de etnografias sobre saberes e práticas que marcam o capitalismo contemporâneo. A proposta deste mini-curso é apresentar os debates clássicos e recentes na área, bem como explorar suas possíveis reverberações em investigações sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A principal questão a ser tratada é o potencial da abordagem etnográfica em pesquisas sobre grandes projetos de desenvolvimento, em especial a sua capacidade de desviar as análises, geralmente pautadas por estudos de elites e seu viés sistêmico, para o universo moral, cognitivo e sensório dos atores envolvidos em conglomerados corporativos formados em torno de empreendimentos do PAC.

BRASIL. 9o Balanço PAC2. Brasília: Comitê Gestor do PAC, 2013.

FEARNSIDE, Philip Martin; LAURANCE, William Frederick. “Infraestrutura na Amazônia: as lições dos planos plurianuais”. Cad. CRH, Salvador,  v. 25, n. 64, Apr.  2012.

GUDEMAN, Stephen. “Economic Anthropology”. In: Barnard, Alan; Spencer, Jonathan. The Encyclopedia of Social and Cultural Anthropology. Abingdon; New York: Routledge. [1996] 2010. [pp. 261-270]

HANN, Chris; HART, Keith. Economic Anthropology: history, ethnography, critique. Cambridge; Malden: Polity Press, 2011. [leitura pp. 1-17; pp.163-174]

MAURER, Bill. “Finance”. In: Carrier, James (ed.). A Handbook of Economic Anthropology. Cheltenham; Northampton: Edward Elgar Publishing. 2005. [pp. 176-193]

MAUSS, Marcel. “O Ensaio sobre a Dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas”. In: Mauss, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosaq Naif. 2003.

POLANYI, Karl. A Grande Transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campos, 2000 [1944]. [Leitura dos caps. 3 a 6, pp. 51-98]

SIGAUD, L. “Implicações sociais da política do setor elétrico”. In: SANTOS, L. A. ANDRADE, L. As hidrelétricas do Xingu e os povos indígenas. São Paulo: Comissão Pró-Índio de São Paulo, 1988.

VAINER, C.; ARAÚJO, F. Grandes projetos hidrelétricos e o desenvolvimento regional. Rio de Janeiro,Cedi/Ippur, 1992.